O trecho de Est. 9:24 explica o nome purim (que está no plural) como «sortes».
Mui provavelmente, essa palavra vem do assírio, puru, se não é que se trata de um substantivo nativo do hebraico. O pum era um seixo, usado no lançamento de sortes. Hamã, que planejava exterminar os judeus, lançou sortes a fim de determinar um bom dia para execução de seu maligno plano.
Mas o curso dos acontecimentos não seguiu a sequência desejada, tendo sido revertido pela intervenção de Ester, diante do rei persa. E uma festa jubilosa judaica foi estabelecida para celebrar essa grande vitória dos judeus. Essa festa era observada nos dias 13 – 15 do mês de Adar (fevereiro-março).
O livro de Ester é lido nas sinagogas até hoje, e a congregação solta gritos e vaias, cada vez em que é mencionado o nome de Hamã.
O nome do rei persa, no livro de Ester, é Assuero, que alguns eruditos identificam como Xerxes; (485 – 465 A.C.), ou então como Artaxerxes II (404 – 359 A.C.). A falta de confirmação secular a Ester ou aos eventos descritos no livro com esse nome, tem levado alguns eruditos liberais a duvidarem da historicidade da narrativa, que eles então classificam como uma novela romântico-religiosa. Hamã foi uma espécie de primeiro-ministro do rei persa, que o livro de Ester apresenta como homem dotado de considerável autoridade, de tal modo que, Ester não tivesse refreado aquele homem, provavelmente ele teria conseguido concretizar seu plano criminoso.
Fora do livro de Ester, não temos qualquer outra referência ao relato. Mas o incidente é mencionado nos livros apócrifos chamados Adições a Ester 10:10-13; II Macabeus: 15:36, e também em Josefo (Anti. 11:6,13). Nos dias dos Macabeus, essa festividade era conhecida como Dia de Mordecai. Josefo alude à universalidade da celebração entre os judeus de seus dias (Anti. – 11:6,13).
Essa festividade sempre foi popular entre os judeus, desde o seu início. Além da rememorização em geral, mediante a leitura do livro de Ester, e dos gritos e vaias, conforme se disse acima, o leitor do relato pronuncia todos os nomes dos filhos de Hamã de um só fôlego, a fim de indicar que foram enforcados juntos. No segundo dia da celebração há um culto religioso formal, são entoados hinos, há dramas e atos teatrais, e são apresentadas recitações.
Alimentos e presentes são distribuídos entre os pobres como um gesto de generosidade, em memória da generosidade de Deus para com o povo judeu (ver Est. 9:19).
Possível Referência Neotestamentária. Alguns estudiosos supõem que o trecho de João 5:1 alude a essa festa judaica.
Porém, o trecho labora contra o costume dos judeus celebrarem a festa de Purim em qualquer lugar em território de Israel. Isso significa que não havia necessidade de subir a Jerusalém para a celebração da festa (o caso da festa mencionada no evangelho de João). Dos israelitas eram requeridas apenas três peregrinações anuais a Jerusalém, a saber: nas festas da páscoa, do Pentecostes e dos tabernáculos.
Embora a festa de Purim venha sendo celebrada com tanto entusiasmo e por tantos séculos, os eruditos liberais costumam salientar a total ausência de provas históricas seculares para a mesma. A história da Pérsia não fala sobre qualquer Ester, e a identificação de Assuero com Xerxes ou Artaxerxes pode ser uma identificação ad hoc, ou seja, uma conjetura, feita com o propósito de conferir a Assuero um caráter histórico.
Por isto mesmo, alguns pensam que o relato é apenas uma novela religiosa que pode ter surgido durante o período dos triunfos militares dos Macabeus, para então ser posta em um diferente contexto histórico. E outros períodos históricos também têm sido sugeridos como a época em que, alegadamente, aqueles eventos tiveram lugar, como o período persa, o período parta, o período do zoroastrismo ou o período do exílio babilónico. Abordei esses problemas mais detalhadamente no artigo sobre o livro de Ester, em sua primeira seção. Aquele artigo também fala sobre o relato dos acontecimentos por detrás da festa, sobre os quais aqui nada relatamos. Ver os artigos separados sobre Hamã e sobre Mordecai.
Deus dispõe do tempo à sua vontade, agindo conforme ele quer. Coisa alguma está fora do seu controle, mesmo em nossas horas mais negras. Sempre haverá vilões ameaçadores contra nós, mas nenhum deles pode, realmente, prejudicar-nos, se estamos dentro da vontade de Deus. Pois, na providência divina, surgirão pessoas e circunstâncias favoráveis a nós, na hora crucial de nossa necessidade.
Algumas de nossas vitórias são obtidas contra todas as forças adversas, e isso porque, para Deus, é igualmente fácil fazer algo difícil ou fácil. Como tipo, Ester simboliza o Messias, o Libertador nacional.
O profundo interesso de Deus por seu povo de Israel não se abate e nem pode ser frustrado. Paulo garante-nos que os planos divinos estão se desdobrando em favor de seu povo, a despeito da atual cegueira de Israel. Ver Romanos 9:11, especialmente o trecho de 11:26 ss. A narrativa sobre Ester é uma espécie de expansão parabólica da promessa contida em Salmos 91.
Chegado o dia fatídico, os judeus se defenderam eficientemente com a ajuda das autoridades e mataram quinhentos homens em Susã, incluindo os dez filhos de Hamã. Ester obteve permissão para os judeus se defenderem mais um dia e mais trezentos inimigos foram mortos em Susã. Nas províncias, setenta e cinco mil inimigos foram mortos. A Festa do Purim foi então instituída através de cartas especiais para comemoração desse tremendo livramento. Uma segunda carta confirmou a primeira e estabeleceu também um jejum. A grandeza de Mordecai e o seu amor a Israel foram registrados nas crônicas do reino.
Moody
E Mardoqueu escreveu estas coisas (20), ou seja, um relato da inauguração da festa de Purim, conforme dado nos versículos 17-19. Não é impossível, porém, que estas palavras signifiquem que Mardoqueu escreveu todo o livro até àquele ponto. Purim (26); compare-se com 3.7 n.
A festa de Purim (precedida de um jejum) é ainda observada na noite do dia 14 de Adar. De manhã, lê-se de ponta a ponta o rolo de Ester na presença de indivíduos de ambos os sexos, em qualquer idioma que compreendam, com a condição que pode ser lido em hebraico ou grego, mesmo quando os ouvintes não conheçam estas línguas. Esta festa andou sempre ligada ao regozijo e à distribuição de presentes (ver versículo 22) e modernamente apresenta tendências mais seculares do que qualquer outra festa judaica. Em várias épocas, os judeus têm instituído festas adicionais de Purim para comemorar outros grandes livramentos.
F. Davidson
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Até a próxima! Que Deus te abençoe.