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Essencialmente um poema didático, este salmo toma a forma de um testemunho pessoal. Embora o poema contenha alusões à perseguição e mostre certas características de lamentação, seu propósito principal é glorificar a Torá (a lei ou os ensinamentos de Deus). O salmista dirige quase cada versículo a Deus, usando muitas formas de petições. Ao mesmo tempo, ele usa alguns sinônimos para a lei em quase todos os versículos. Os sinônimos são a lei, testemunho, preceitos, juízos, mandamentos, estatutos, decretos, palavra, caminho, vereda. Possivelmente ao empregar dez termos para descrever a Torá Divina, ele seguia a orientação do Sl. 19:7-9, onde seis desses sinônimos foram usados com referência à lei.
O princípio acróstico foi altamente desenvolvido neste salmo, empregando todas as vinte e duas letras do alfabeto hebraico. Cada estrofe está composta de oito linhas, que começa com a letra característica daquela estrofe. Este arranjo artificial, ainda que artístico, cria uma certa monotonia na grande repetição de palavras e frases.
Contudo, esta monotonia mecânica está superada pela intensidade da devoção do próprio salmista para com os ensinamentos divinos.
Comentario Biblico Moody
Este extraordinário poema é uma meditação elaborada, engenhosa e apaixonada sobre a lei do Senhor. Essa lei não deve ser confundida com qualquer código legal. O termo hebraico é torah, que significa, principalmente, “instrução” ou “ensino”. Equivale aqui à vontade de Deus conforme conhecida por Israel. É dominada pela figura de Moisés, mas não confinada a seus ensinamentos originais. O Salmo tem um padrão acróstico; cada uma das vinte e duas letras do alfabeto hebraico aparece como letra inicial de Oito versículos sucessivos, perfazendo 176 versículos ao todo. A característica principal, entretanto, é a melodiosa repetição de oito sinônimos da vontade de Deus, a saber: lei, a torah; testemunhos, os princípios gerais de ação; preceitos (piqqudim), regras particulares de conduta; estatutos (huqqim), regulamentações sociais; mandamentos (mishvah), princípios religiosos; ordenanças (mishpatim), os retos julgamentos que deveriam operar nas relações humanas; palavra (dabhar), a vontade declarada de Deus, Suas promessas, decretos, etc.; palavra (imra), a palavra ou discurso de Deus, conforme é trazido à luz entre os homens. Uma frequente variante dos oito sinônimos usuais é caminho (derek), bem pouca dúvida pode haver que esses sinônimos se originaram largamente do #Sl 19.7-9. Um ou outro desses termos ocorre em cada versículo deste Salmo, excetuando o vers. 122; porém, não têm sequência metódica de estrofe para estrofe. A apaixonada devoção do autor para com o Senhor evita o arranjo artificial. A vontade de Deus não é tanto observada e descrita como é expressa, e essa expressão se deriva de uma rica experiência. A vida do salmista é apresentada como entrelaçada com a verdade, ir respectivamente de seu sentimento.
Não se sabe quem escreveu este poema, embora pareça haver diversas alusões pessoais nele. Provavelmente foi escrito por um íntimo aderente de Esdras, o escriba. Entretanto, não é um Salmo principalmente biográfico, nem seu comprimento dá a entender uma sequência cronológica de sentimentos. A significação primária de sua magnitude é a absorvente paixão de um coração concentrado no mais alto bem que é revelado em Deus (cfr. #Fp 3.7-14). O motivo religioso neste Salmo, em distinção à sua estrutura literária, é a tentativa de expressar a experiência de sofrimento e castigo que sobrevém a um homem que se apega a uma fé implícita e amorosa no Senhor, cuja vontade e palavra são boas e verídicas (cfr. #Rm 7.9-13; #Hb 12.5-11).
Excetuando a primeira e a última seções, as outras vinte seções podem ser agrupadas aos pares, embora as divisões nem sempre sejam pronunciadas.
F. Davidson – O novo comentário da Bíblia
Que toda modificação da verdadeira virtude é só obediência à lei moral ficará manifesto se considerarmos:
(1) Que a virtude é idêntica à verdadeira religião;
(2) Que a verdadeira religião não pode consistir devidamente em alguma outra coisa, senão no amor a Deus e ao homem imposto pela lei moral;
(3) Que a Bíblia reconhece de modo expresso o amor como o cumprimento da lei, negando de modo expresso que algo mais seja aceitável a Deus. “De sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.10). “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria” (1 Co 13.1-3). O amor é repetidas vezes reconhecido na Bíblia não só como o que constitui a verdadeira religião, mas como toda a religião. Toda forma da verdadeira religião é só uma forma de amor ou benevolência.
O arrependimento consiste na conversão da alma de um estado de egoísmo para a benevolência, da desobediência à lei de Deus para a obediência a ela.
Fé é receber a verdade e o Deus da verdade, confiar neles, abraçá-los, amá-los. É só uma modificação do amor a Deus e a Cristo. Toda graça ou virtude cristã, conforme veremos melhor quando as considerarmos em maiores detalhes, é só uma modificação do amor. Deus é amor. Toda modificação da virtude e santidade em Deus é só amor, ou estado mental que a lei moral requer igualmente de Deus e de nós. A benevolência é toda a virtude em Deus e em todos os seres santos. A justiça, a fidedignidade e todos os atributos morais são só benevolência vista em relações específicas.
Nada pode ser virtude, senão exatamente o que a lei moral exige. Ou seja, nada menos que o que ela requer pode ser, no sentido próprio, virtude.
Teologia Sistemática de Charles Finney
Moody
Creio que você vai gostar também do E-book Apresentando ao Senhor Nossos Questionamentos
Até a próxima! Que Deus te abençoe.